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UFSM vai analisar câmeras de segurança para tentar flagrar caso de injúria racial no campus

Michelli Taborda

Depois que dois alunos da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) registraram um boletim de ocorrência por injúria racial na Polícia Civil, a instituição divulgou, na tarde desta quinta-feira, uma nota oficial sobre o caso, que teria acontecido na tarde de ontem, dentro do campus de Camobi. Conforme a nota, publicada na página do Gabinete do Reitor, no Facebook, a instituição já teve conhecimento do caso e vai buscar possíveis imagens de câmeras de segurança para tentar identificar o autor das agressões. 

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Além disso, a UFSM afirmou estar dando encaminhamento ao caso e prestando suporte aos alunos que registraram o caso, de 19 e 23 anos. De acordo com a publicação, "caso posteriormente seja averiguado que o agressor se trata de servidor ou estudante com vínculo com a instituição, será instaurado inquérito para a punição dos envolvidos também em âmbito administrativo". Confira, abaixo, a íntegra da nota:

Na tarde desta quinta-feira, o Diário entrou em contato com uma das vítimas. Por telefone, a jovem informou que iria aguardar o andamento do caso e que não queria se manifestar sobre o ocorrido. O registro feito na Delegacia de Polícia de Pronto-Atendimento (DPPA) seria encaminhado, ainda hoje, para a 4ª Delegacia de Polícia (4ªDP) de Santa Maria, que deve ficar com as investigações do caso. 

O CASO
A denúncia de injúria racial dentro do campus foi registrada na Polícia Civil, na tarde de ontem. Conforme a ocorrência, dois universitários da instituição afirmara que, quando estavam próximo a um banco que fica no campus, teriam sido ameaçados por um outro rapaz com frases racistas. Os universitários relatam que estavam entrando no banco quando um homem que estaria recolhendo o lixo começou a xingá-los, chamando eles de negros sujos e macacos e mandando-os lavar o cabelo: "seus nego sujo, vai lavar esses cabelo, macaco fedido". Eles teriam ainda sido ameaçados.

OUTRAS DENÚNCIAS

Este já é o quarto caso de racismo registrado no período de um ano na maior instituição federal de Ensino Superior do interior do Estado. Em 2017, foram três casos registrados no campus de Santa Maria. O primeiro aconteceu em 17 agosto de 2017, quando uma suástica (foto ao lado) foi desenhada em uma das paredes do Diretório Livre do Direito (DLD) e virou alvo de inquérito policial. 

Um mês depois, em setembro, a sala do DLD foi alvo de nova pichação de cunho racista. Na parede da sala, que fica no prédio da antiga reitoria, na Rua Floriano Peixoto, no Centro, uma frase agride diretamente alunos do curso.   

"Fulano e fulana*, o lugar de vocês é no tronco, fora negros, negrada fora", dizia a inscrição. 

Em 21 de novembro do mesmo ano, o alvo foi o Diretório Acadêmico das Ciências Sociais. Na época, as coordenações dos cursos de Licenciatura e Bacharelado em Ciências Sociais em conjunto com a chefia do Departamento de Ciências Sociais e com a Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Ciências Socais da UFSM, divulgaram uma nota de repúdio aos atos de racismo e apologia ao nazismo manifestados por meio de frases racistas "Brancos no Topo", "Fora Macacos", acompanhadas de duas suásticas e dos nomes de duas alunas negras e um aluno negro do curso de Licenciatura em Ciências Sociais. Na época, o Diário entrevistou uma das alunas que tiveram seu nome mencionado no ataque racista. 

INVESTIGAÇÃO 
Os três casos de 2017 estão sendo investigados pela Polícia Federal (PF), que analisa a relação entre eles. A investigação ainda está em andamento. Nesta manhã, o delegado da PF de Santa Maria Getúlio de Vargas, disse que o órgão ainda não havia sido informado do novo caso que foi registrado na Polícia Civil. Segundo ele, a PF costuma investigar casos que envolvem o patrimônio federal (como os três registraram em 2017) ou quando os alunos ou servidores estão em atividade escolar ou profissional. Sendo assim, a investigação da denúncia feita por alunos na tarde de ontem deve ficar a cargo da Polícia Civil.

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